sábado, 13 de novembro de 2010

Sustentabilidade, ecologia, biodiversidade

Córrego Mandacaru
Você já pensou em para onde vão todas as dezenas de quilos diários de composto orgânico do RU??? Você já pensou que toda essa matéria, além de não ser lixo contaminante nos lixões de Maringá e Sarandi, pode ser uma ótima forma de adubo orgânico?? Usando pouquíssima mão-de-obra e uma quantia de recursos irrisórios, podemos instalar um espaço de biocompostagem limpa, de todo 'lixo' orgânico da Universidade e de quebra ainda contribuir para a adubação dos hortos e canteiros da universidade. Com a água da chuva que desce pelas calhas dos nossos blocos e lixiviam o solo, tornando-o ainda mais pobre, pode-se também, com um pequeno investimento da reitoria, re-hidratar as árvores, canteiros e arbustos ao redor dos blocos – o que aumentaria a umidade do ar em tempos de seca.

Alinhando assim o cotidiano da universidade com as necessidades globais de sustentabilidade, nós da chapa Movimente-se UEM temos propostas sólidas de política ambiental para nosso campus. Você sabia que entre os dois lóbulos principais do campus sede da UEM passa um córrego (Mandacaru) extremamente poluído? Com uma mata ciliar que chega muitas vezes a não existir ?? Isso dentro do campus universitário. Não é uma vergonha? E por que nunca houve uma iniciativa, nem do atual nem dos antigos DCE’s, para organizar mutirões de limpeza e/ou exigir uma providência cabível da reitoria em parceria com o prefeito para revitalizar a mata ciliar, torná-la digna para o rio e para a diversidade de animais que vivem dele? Partindo da idéia de que o contexto histórico e político do planeta é essencial para determinar as verdadeiras necessidades de gestão do espaço comum dos seres vivos em geral (outros animais e o animal homen), a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade, com o propósito de aumentar a consciência sobre a importância da preservação da biodiversidade em todo o mundo. Partindo deste mesmo principio pensamos que existe uma grande necessidade de revitalizar e expandir as áreas verdes do campus, transformar as calçadas comuns em calçadas ecológicas e plantar árvores nativas e frutíferas por todo o campus, com o objetivo principal de aumentar a população e a diversidade de aves, insetos e outros animais que se alimentam das frutas, aumentando ainda o bem estar e o contato direto com a natureza, bem como o conforto dos estudantes, professores e servidores da universidade, que poderão desfrutar do privilégio de colher uma fruta madura e orgânica no pé, com apenas a simples medida de plantar mudas de árvores frutíferas ao redor dos blocos e passarelas da universidade. A universidade pública deve ser e de fato é, por excelência, uma fonte de conhecimento, saúde e bem estar, que culminam em manifestações culturais que a sociedade deve ter como exemplo, e não o contrário. Temos que, como universidade, dar o exemplo de que um mundo limpo, saudável e sustentável é possível, começando por encarar com mais seriedade o movimento estudantil, horizontalizando as tomadas de decisão. Não devemos esperar que essas mudanças venham da reitoria ou do governo do Estado. A experiência mostra que nem o governador nem o reitor conhecem ou se preocupam com a universidade como a gente. Para eles, com certeza, como se pode ver pelo histórico das gestões das reitorias de mais de 40 anos, existem outras prioridades políticas e burocráticas para a UEM. O DCE tem sim responsabilidade na política ambiental da Universidade, e até o momento nada foi feito ou dito a respeito.

(Victor - Engenharia Química)

6 comentários:

Anônimo disse...

Só uma dúvida, a chapa tem ligação com algum partido político?

pati disse...

A maioria não, mas há pessoas do PSTU, PCB e PSOL. Falaram bastante disso em alguma lista de comentarios ai pra baixo... Mas a idéia das reuniões da gestão abertas a voz e voto (com ceeb no fim do mês), é de que cada um possa defender sua posição, seja ela ou não uma linha de uma organização política de caráter partidário.

Tiê disse...

Muito bem dito Pati. Que texto massa, só quero acre4scentar o que talvez foi dito de outra forma, usar a água da chuva nas descargas é umas, ou fazer banheiros secos, outra auternativa é a limpar a agua dos ralos da universidade para ser reutilizada para limpar o chão e retornar para o ambiente. Parabéns pelo modo como foi escrito o texto. Temos que questionar sim o uso de tehas de amianto pela universidade, caixas daágua de amianto. E por que não questionar até mesmo o uso do concreto, ou do ensino de monocultura à base de insumos e venenos, sendo que temos que explorar novas alternativas, Florestas produtivas, como foi dito no texto, é isso aê Vitão, podem chamar do que quiser, mas esse é o verdadeiro papel da universidade, pesquisar modos e testa-los de se viver de acordo, em harmonia, com o mundo, nossa grande (ou pequena, para o capitalismo, pois se nosso plano é viver como nos EUA precisaremos de no mínimo três planetas Terra's) casa.

Lucas R.F. do Nascimento disse...

Victor,

Concordo com grande parte do que você disse, no entanto, muitas coisas têm sido ditas e feitas em relação ao meio ambiente e a sustentabilidade na Universidade.
Exemplos podem ser vistos com a redação da Carta Ambiental da UEM (assinada pelo atual Reitor), a mobilização entre diferentes departamentos da Universidade, o desenvolvimento do PROAÇÃO Ambiental e a semana do meio ambiente, organizada este ano.
Realmente, não é muito e, é óbvio que redigir documentos e fazer ações pontuais em determinadas épocas do ano não é o suficiente para o desenvolvimento de práticas sustentáveis dentro de toda Universidade (e, principalmente, entre os acadêmicos), ou mesmo para a problematização destas questões.
Mas é o suficiente para ver que existe sim algum movimento se articulando em prol do meio ambiente. No entanto, o que foi encontrado até agora foi enorme apatia. Vemos inúmeros casos em que demandas estudantis são resistidas, mas o caso aqui me parece justamente o contrário. Vários professores e departamentos já se comprometeram nesse sentido, mas os acadêmicos....
Inclusive a atual gestão do DCE compareceu a uma das reuniões do PROAÇÃO, comprometeu-se, levantou algumas idéias, mas, infelizmente, ficaram apenas as idéias.
Como disse, concordo com grande parte do que você disse. No entanto, muito embora as ações desenvolvidas em relação ao meio ambiente não tenham a devida visibilidade, não se deve simplesmente concluir que nada foi feito.
O DCE tem sim responsabilidade na política ambiental da Universidade. E para cumpri-la deveria, além de desenvolver propostas (e achei muito interessante que vocês tenham proposto a Criação de um Fórum Interdisciplinar Permanente), conhecer e aproveitar os movimentos que acontecem atualmente na Universidade, promovendo o diálogo entre estes e os estudantes.

Lucas

Pati disse...

Muitos integrantes da chapa são próximos ao Proação, e isso é bom, porque assim é natural que os problemas discutidos em cada espaço estejam depois em discussão em ambos... Há também o Ipegesp, que vem promovendo debates sobre vários assuntos há um tempo na Universidade, também com membros da chapa.

Aliás, o Instituto promove no dia 26 (19h30 - F-67) o debate "Meio ambiente, energia e alimentos: tentando desmistificar conceitos", com os debatedores:

- Professora do DFE-UEM Luzia Marta Bellini,
- advogado Alberto Abraão Vagner da Rocha,
- Professor do DEQ-UEM e representante do SESDUEM Cid Marcos G. Andrade,
- O Mestre em Agronomia Elson Borges dos Santos, representante do Movimento dos Trabalhadores sem Terra e da Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi), de Paranacity (PR), reconhecida no país e no mundo como modelo de cooperação e autogestão no meio rural. (fundada a partir de um assentamento coletivo em 28 de fevereiro de 1989, com 20 famílias de trabalhadores, hoje eles produzem leite, açúcar mascavo, cachaça e outros derivados sem a utilização de agroquímicos).

Vitão! disse...

nossaaa pati, muito boa a discussao!!!

entao lucas.. queria deixar claro para você que eu parti do principio básico de qualquer sistema sustentavel, e a universidade esta defasada na base.... falar de meio ambiente promover discussões sobre politica ambiental é essencial até por ser o motin para as transformações mas o fato é que a universidade apesar de todo o movimento em prol da politica ambiental(pro-residuos, proação), ainda esta no vermelho... se tratando de um balanço ambiental, se é que se pode dizer assim.. nos estamos produzindo cada vez mais lixo.. entupindo a universidade de pessoas agente ve logo que sem esse cuidado a universidade passa a ser mais um foco de poluição, não que se trate de dizer hipocritamente que nada vem sendo feito se trata de humildade de guerreiro em reconhecer que apesar de tudo nos estamos muito no vermelho! se agente não colocar em pratica o que nos estamos colocando em nosso discurso, ou no nossos projetos, políticos ou pessoais ficamos preso a uma atmosfera estática e virtual que na verdade precisa de muito pouco pra se tornar real e dinâmica e viva. a verdade é que a faca e o queijo estão aí e apesar da fome, ninguem quer cortar pra comer o queijo com goiabada cara!! mas o mais importante agente tem, pessoas interessadas em sustentabilizar a uem, só falta por em pratica! movimente-se rapasiada!!