terça-feira, 25 de setembro de 2012

Informações da PEN sobre as aulas.


Sobre a postura da pró-reitoria de Ensino e Pesquisa (PEN), frente às demandas dos alunos em relação à continuidade das atividades da graduação.

Em um conversa realizada hoje, 25 de setembro de 2012, alguns membros do DCE foram à PEN para angariar informações que dizem respeito à situação dos alunos que, com a finalização da greve dos funcionários, querem respostas acerca de reposições de aulas, conteúdo programático devidamente trabalhado, bem como faltas e/ou presenças em aulas que não aconteceram, devido à paralisação de muitos cursos. A pró-reitora nos informou que uma reunião do CEP (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) acontecerá nesta quarta-feira, 26 de setembro, para que o conselho discuta sobre a possível flexibilização do calendário acadêmico, bem como a delimitação do que será considerado como aula dada ou não, em meio ao período grevista.
E, como “medida” mais pontual e imediata, aconselhou-nos, e acredita que tal recomendação é viável, o bom senso tanto de docentes, quanto de alunos, deve existir. Os professores têm autonomia sobre suas aulas, ou seja, nenhuma legislação da UEM garante a existência (ou não) de um quórum mínimo de alunos para que a aula seja considerada dada. Porém, acredita que com uma postura do conselho (CEP), que não pode ser revogada pelos docentes, o prolongamento do calendário acadêmico, mesmo que breve, ocorrerá. Ou seja, professores e alunos devem dialogar a respeito das reposições, faltas e avaliações. Algumas situações serão balizadas pelo conselho, assim que este definir certos critérios em relação ao restante do ano letivo. Ressaltamos que em reunião na quinta-feira passada (13/09), a vice-reitora Neusa Altoé nos disse que sem aluno não há aula. Mas de fato isso se dá muito mais por uma questão de bom senso como já citado, já que não há resoluções gerais na universidade que definem isso. Portanto, esperamos que o resultado desta reunião seja positivo e que vise o respeito que tanto os alunos almejam, pelo direito que têm de reivindicar junto ao corpo docente de seu curso seus direitos.

Ato pela cobrança das nossas reivindicações!!!


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Projeto Nem 1%


Vídeo feito por uma galera disposta a se movimentar por suas convicções!
Informação sobre o que está acontecendo na UEM de forma clara, bem humorada e muito bem produzida!

Parabéns às meninas e meninos do "Nem 1%"!!!




domingo, 23 de setembro de 2012

Nota sobre o ATO EM DEFESA DA UEM


Dando continuidade ao processo de mobilização dos estudantes, na última quinta-feira, 20 de setembro, realizamos um Ato EM DEFESA DA UEM. Este processo foi iniciado na sexta-feira, 14 de setembro, com a convocação de greve estudantil em Assembleia Geral e, durante toda a semana, foram feitas assembleias em vários cursos e centros de ensino para avaliar a situação particular de cada caso e levantarmos a discussão sobre os problemas que cada curso enfrenta. Em alguns cursos e centros houve a adesão à greve, outros não viram a possibilidade de aderirem pois, de alguma forma, não estavam "sentindo" a greve dos servidores por motivos como departamentos que possuem as chaves ou contrataram chaveiros para abertura de blocos e salas, assim como a limpeza (feita por terceiros ou pelos próprios estudantes, etc), mas em TODAS as assembleias foi deliberado apoio ao movimento e à greve dos estudantes. Todos reconheceram a necessidade e importância da mobilização estudantil para trazer a tona os vários problemas que vivenciamos todos os dias na UEM, e avançarmos em nossas reivindicações.

No ATO, estavam presentes mais de 250 estudantes do campus sede e dos campi regionais (Umuarama e Cianorte) que seguiram pela UEM, saímos no portão da rua 10 de maio e caminhamos em protesto pela av. Colombo até a reitoria e lá nos encontramos com os servidores que acompanhavam a reunião do COU (Conselho Universitário) com o reitor, Julio Prates Filho, e a vice-reitora Neusa Altoé. Foi um momento importante de diálogo direto com os servidores que falaram aos estudantes e ficaram muito gratos pelo nosso apoio a suas reivindicações. Porém, foi um momento importante por colocarmos em debate nossas pautas específicas. Durante a Assembleia Geral após o Ato, construímos uma pauta* mais geral dos estudantes e entregamos em mãos ao reitor e vice-reitora que se comprometeram a dar um parecer na próxima quinta-feira, 27 de setembro. E nós, mais uma vez, estaremos reunidos e mobilizados para cobrar o parecer e o posicionamento da administração da UEM perante tantos problemas que assolam toda a universidade e que, não de hoje, os reivindicamos.

Agora, e até dia 27, é preciso que cada curso construa suas pautas e traga suas reivindicações para se somar a pauta mais geral dos estudantes e assim, juntos, avançarmos nas demandas mais amplas e também em pontos mais específicos de cada curso.

Convidamos tod@s para participar de mais um ATO, dia 27 de Setembro, com concentração no DCE a partir das 14hr, para cobrar nossas pautas!



*Pauta de reivindicações entregue e assinado pelo reitor, Julio Prates Filho, no dia 20 de setembro:
  • Exigência do atendimento imediato das reivindicações dos servidores em greve para o restabelecimento de normalidade: com o funcionamento da BCE, R.U e DAA sem terceirização;
  • Por mais verbas para a educação pública, contra cortes de verbas;
  • Contra a precarização e terceirização da universidade;
  • Licitação da 2° fase da casa do estudante e política de ampliação de assistência estudantil;
  • Contratação imediata de professores e funcionários;
  • Por infraestrutura adequada nos campi sede e regional;
  • Autonomia universitária, Revogação imediata do META 4! ;
  • Paridade já! ;
  • Recebimento integral da bolsa-trabalho pelos estudantes no período de greve;
  • Transformação da bolsa-trabalho em bolsa auxílio-acadêmico, por critério socioeconômico;
  • Implementação de 50 bolsas-alimentação no campus sede e 15 em cada campi regional. Imediato recebimento de cestas-básicas pelos estudantes bolsistas durante o período de greve
  • Construção de Restaurantes Universitários nos campi regionais;
  • Estrutura física para cada entidade do Movimento Estudantil;
  • Garantia de transporte para os campi regionais.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sobre a abertura dos portões da UEM

Na manhã desta sexta-feira, dia 21/09, os portões da UEM estavam todos abertos, o que fez muitos pensarem que a greve dos servidores havia acabado.
Pois bem, ocorreu na realidade que, a mando da Reitoria, a Prefeitura do Campus terceirizou chaveiros para abrir os portões.

A greve dos servidores continua! Somente a assembleia deles que pode suspendê-la.

A situação no momento é essa: os Conselhos da UEM, majoritariamente composto por docentes, pressionam a administração (reitoria) para que esta garanta as condições necessárias à universidade , fazendo-a funcionar normalmente. Pressionar para que essas condições sejam concretizadas pressupõe apenas 2 saídas, 1) obrigar que os grevistas da zeladoria FUREM a greve; 2) TERCERIZAR tais setores.
E, pelo que os conselhos e o reitor estão apontando, a 2ª opção é a escolhida. Essa é a situação, a Reitoria  utiliza recursos (DINHEIRO) da UEM para contratação de serviços! Dinheiro que poderia, aliás, deveria ser investido em infra-estrutura, materiais, e outras formas de melhorar as condições para um ensino de qualidade, poderá ser destinado à empresas privadas, em uma tentativa ofensiva de desmobilizar e desrespeitar a greve!

É essa Universidade que queremos? Uma administração que ignora a greve dos servidores e gasta o dinheiro público para contratar chaveiros? Que empurra nossa universidade diretamente às empresas privadas, terceirizando setores tão importantes para o funcionamento da instituição???
Pense...

A luta deve ser de tod@s! É a luta pela universidade plenamente pública e de qualidade!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Carta à Comunidade UEM


Carta a Comunidade UEM: ESTUDANTES EM GREVE

Estimad@s Trabalhadores e Estudantes da UEM,

Na última sexta-feira, os estudantes, reunidos em Assembleia Geral, convocaram uma Greve Estudantil em apoio à greve dos funcionários, sendo retirada uma proposta de que cada centro e entidade poderia fazer sua própria assembleia discutindo a adesão à greve. Os motivos que levaram, nós estudantes, a fazermos isso se dão através de dois momentos distintos.
Num primeiro momento, as condições que a greve impõe ao funcionamento da universidade não possibilita que possamos ter aulas em condições normais. E não faria o menor sentido que encarássemos essa situação culpando os servidores, tão importantes para o funcionamento da nossa instituição. Parece-nos claro que, em uma situação como essa, é a intransigência do governo do Estado, que mostra descaso, se recusando a atender as reivindicações dos grevistas, que deve ser responsabilizado.
Em um segundo momento, mobilizações como essa, mostram a todas as categorias da universidade, a verdadeira situação precária para a qual, cada vez mais, estamos caminhando. Cada vez mais a universidade pública é estrangulada financeiramente pelo governo do Estado, não conseguindo, na maioria das vezes, nem arcar com suas próprias despesas. Isso se reflete principalmente na precarização dos contratos de trabalho dos funcionários públicos aqui lotados (tanto professores como funcionários), e no progressivo abandono do primado da qualidade em função da economia e da privatização. Para darmos um exemplo que demonstra bem essas duas questões, basta relembrarmos que o quadro de funcionários públicos atual da universidade há muito deixou de ser aumentado, mesmo com o aumento do número de cursos. Muito pelo contrário. O número de funções dos funcionários públicos aumentaram, enquanto o salário permanece o mesmo.
Para os estudantes isso se reflete também nas condições de ensino que a universidade não nos proporciona. Cursos novos sem salas de aula, sem laboratórios, sem professores. Ausência de uma moradia estudantil (Casa do Estudante). Estrutura do R.U. insuficiente para atender a demanda. Biblioteca insuficiente. Corte nas bolsas, e por aí vai.
A nossa mobilização, nesse momento da história da UEM, é legítima e necessária. A universidade não só deve combater a sua precarização e privatização, como deve sempre se mobilizar para exigir do governo que condições melhores de estudo e de trabalho sejam implantadas. Para os estudantes, se abster desse processo de mobilização que os funcionários iniciaram, significa se abster de, de alguma forma, trabalhar para reverter esse quadro, e isso em si já é um posicionamento político contra a universidade pública, não importa como ele seja justificado.
Nesse momento estamos nos reunindo nos nossos espaços de discussão: Centros Acadêmicos, Assembleias e Reuniões e etc., e queremos, junto a professores e funcionários, construir uma grande pauta a ser exigida do governo do Estado, que é o principal agente da privatização e da precarização na nossa universidade. Estamos todos no mesmo barco, um barco cheio de buracos e que , se não fizermos nada, vai aos poucos terminar de afundar.
             
Até o momento aderiram a GREVE (por ordem de adesão): CTC - Umuarama, Educação Física, Economia, Arquitetura e Urbanismo, Comunicação e Multimeios, Artes Visuais, Geografia, Centro de Ciências Humanas, Centro de Ciências da Saúde.

Estão agendadas Assembleias:
Centro de Tecnologia - Quarta-feira (19/09) às 17h30 no D-67
Centro de Ciências Exatas - Quarta-feira (19/09) às 17h30 no DCE
Centro de Ciências Biológicas - Quarta-feira (19/09) às 17:30 na Praça da Biologia

Convidamos tod@s a se somar ao ATO EM DEFESA da UEM, às 15h saindo do DCE. Na sequência será realizada Assembléia Geral dos estudantes, às 17h30 em frente à Reitoria.

UEM em GREVE: Beto Richa a CULPA é SUA!

Nota de apoio aos servidores

ESTUDANTES EM APOIO AOS SERVIDORES DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS!

“O servidor é nosso amigo! Mexeu com ele mexeu comigo!”

Os estudantes apoiam e aderem a luta dos servidores da UEM!  Nós estudantes, em Assembleia Geral, deflagramos greve em apoio aos servidores e pela unificação de nossas pautas: lutamos por uma universidade pública e de qualidade! Estamos construindo assembleias nos cursos por Centros de ensino para debater a greve e fortalecer o movimento junto aos servidores. Neste processo de mobilização já temos a adesão dos estudantes da maioria dos cursos do CCH e CCS, e outros como os cursos novos (Comunicação e Multimeios, Bioquímica, Artes Visuais), Arquitetura e Urbanismo e Economia. No campus de Umuarama, os estudantes também aderiram a greve.  Ainda durante esta semana vamos realizar assembleias do CTC, CCB e CCE e, na quinta-feira (20/09), realizaremos um Ato com concentração às 15h no DCE e às 17h30 Assembleia dos Estudantes. Convidamos os servidores a comparecerem e construírem este ato, em defesa da universidade pública!

Há tempos que nós estudantes estamos sem condições adequadas para ensino, pesquisa e extensão de qualidade, além da falta de uma política séria de acesso e permanência estudantil na UEM. Somos os bolsistas-trabalho que tapam os buracos na falta de contratação de funcionários, não temos um R.U que comporta a demanda da universidade principalmente pela escassez de servidores no restaurante, nos falta estrutura adequada em todos os campi, não temos sequer uma Casa do Estudante!

Assim como os servidores que têm se deparado com essa situação precária, com um quadro extremamente reduzido de funcionários efetivos, o que sobrecarrega e precariza ainda mais as suas condições de trabalho, e leva diretamente à terceirização de setores importantes para o pleno funcionamento da instituição.

Reconhecemos a legitimidade e a importância da luta dos servidores, principalmente por escancarar esse processo de precarização que estamos vivenciando e a falta de comprometimento e investimento do governo estadual nas instituições públicas de ensino, que empurra para privatização e terceirização.

Estamos ao lado dos servidores porque a luta é uma só: É a luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade!!!


Pense, Participe, Movimente-se!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Por que uma greve estudantil?


            Parece estranho em um primeiro momento se deparar com a ideia de uma greve estudantil. Muitas pessoas estranham, dizem que é ilegal, que é impossível, que não vai dar em nada e assim por diante. Muitos se posicionam contrários já num primeiro momento, por julgarem ser a greve coisa de gente “que não tem o que fazer”, e que os estudantes devem fazer de tudo para ter aula, a despeito de toda situação da luta dos servidores e suas consequências para a universidade.
            Pois bem, na atual conjuntura da nossa universidade, vários elementos se cruzam nesses últimos meses de conflitos, de greves, ocupações, paralisações, negociações e etc. O primeiro deles e com certeza muito determinante historicamente é a atual situação da universidade pública brasileira enquanto instituição social, seja na sua função educadora, ou na sua função científica.           Desde a década de 90 essa instituição vem sendo, como um serviço público, atacada de diversas formas. O corte do financiamento e a falta de crescimento “sustentável” (expansão de vagas concomitante à expansão do corpo docente, da estrutura etc.), são alguns exemplos de iniciativas que tendem a redefinir o local da universidade enquanto instituição pública de ensino, na sociedade.
            A tendência que se mostra cada vez mais é a precarização da estrutura do ensino público, em todas as suas esferas (ensino, pesquisa e extensão), paralela ao crescimento exponencial da oferta privada, onde o cidadão tem que pagar para ter acesso ao serviço. Isso fica claro se observamos o crescimento do número de universidades privadas (vendedoras de diplomas) que pipocam por todo o país. A verdade é que, a educação, é um grande campo para a expansão da iniciativa privada, o que faz com que o governo, atendendo aos interesses das empresas, incentive a criação de universidades privadas (com isenção de impostos, facilitação nos exames de qualidade e etc.) ao mesmo tempo em que retira seus olhares da universidade pública (cortando financiamento, não assegurando contratação de técnicos e docentes). Para fazer um paralelo, o exemplo mais claro de uma outra área dos serviços públicos que sofre com o mesmo processo é a saúde. Hoje em dia para se ter acesso a uma estrutura de saúde eficaz e de qualidade, o cidadão deve ter um plano de saúde privado (UNIMED, PREVER, SANTA CASA, etc), pois, do contrário, ele estará fadado a aguardar meses na fila do SUS para uma cirurgia ou até mesmo para um atendimento especializado.
            Mas é óbvio que essa tendência é algo que se mostra no nível mais geral da situação da universidade. Quando falamos em precarização, privatização, corte de verbas, estamos justamente nos referindo a essa situação mais geral, que, contudo, se constrói no nosso dia-a-dia. Mas temos mesmo uma dificuldade para identificar isso no nosso cotidiano, afinal, ter um ventilador quebrado na sala de aula, não é sinônimo de precarização, às vezes é só um ventilador quebrado! No entanto, se olharmos atentos, podemos identificar que certas ações do governo, da reitoria e da administração, apontam não somente para uma precariedade passageira substituível (como o ventilador quebrado), mas sim para precariedades que serão permanentes, e tendem a se tornar parte da condição na qual a universidade e as três categorias, funcionam. Um exemplo disso para os estudantes e para a universidade como um todo são as bolsas-trabalho. Elas são claramente uma precarização da universidade que aponta para a falta de verba para a contratação de funcionários e a sua substituição por estudantes, que ganham pouco e sem direito nenhum. Outro exemplo é a inexistência na UEM de uma Casa dos Estudantes. Isso será determinante para os acadêmicos estudarem na nossa universidade: ter condições de pagar um aluguel caro para morar.
            Quando os servidores e professores entram em greve, quando os alunos ocupam a reitoria, demonstram – e se reflete em suas pautas – que uma série dessas precariedades permanentes estão começando a afetar as condições de trabalho dos primeiros, e de estudo dos segundos. Mas não são somente essas precariedades que dizem respeito aos professores e funcionários que aparecem, em tempos de mobilização. Uma série de questões se somam e colocam às claras todo processo de privatização e sucateamento que a universidade vive.
            Porque quando a gente vive a nossa vida individualmente, é difícil que consigamos enxergar como essas questões estruturais se refletem em nós, e tendemos a ter dificuldades e até mesmo a falhar, vez por outra, e colocarmos em nós mesmos a culpa pelas falhas. Mas não é por acaso que muitos alunos têm que se matar de trabalhar ao mesmo tempo em que fazem seus cursos noturnos. Isso quer dizer que a sociedade e a universidade não dão a estrutura que ele precisa para realizar um curso de qualidade. Consequentemente a qualidade do próprio aprendizado é comprometida na medida em que o indivíduo tem que suprir as carências que a estrutura da universidade pública não proporciona. É nesse sentido, por exemplo, que temos que pagar um curso de inglês mesmo sabendo que dentro da UEM tem uma escola de línguas que poderia possibilitar livre acesso a acadêmicos, professores e funcionários, sendo assim, mantida pela universidade. Mas como faltam verbas para a universidade se manter, por que cada vez mais o governo diminui o dinheiro que manda para a universidade, a administração encontra a saída de cobrar pelos cursos para arrecadar uma verba a mais para a manutenção da universidade, ou seja, cobram taxas (além do ILG, nos cursos de especialização, nas taxas da DAA como a de formatura, etc.).
            A privatização é uma precariedade permanente que cada vez cresce mais dentro da universidade, e ela deriva diretamente da falta de recursos públicos! Cada vez mais surgem pós-graduações pagas, serviços cobrados, taxas e etc. Diante desse quadro, a volta da mensalidade é apenas uma consequência inevitável dos tempos que estão por vir.

A LUTA DOS SERVIDORES E OS ESTUDANTES E DOCENTES

            Frente a essa conjuntura nada favorável é que os servidores hoje se lançaram em uma greve. Apesar de a direção do sindicato claramente fazer isso por negociações salariais, já que nunca demonstrou um grande interesse em compor uma luta efetiva contra a precarização da universidade, não podemos afirmar que a grande massa dos servidores não visa todos esses problemas quando adere essa greve de maneira tão comprometida. É óbvio que o estopim para isso foi a questão salarial, mas todo um processo de mobilização e greve não se constrói em um dia, e não se constrói em torno de uma só bandeira. Uma série de fatores que são frutos cada vez maiores das precariedades permanentes de nossa universidade agem todo dia na condição de servidores, professores e estudantes, empurrando-os para o descontentamento e para a luta. Essa se desencadeia em torno de uma questão, como na ocupação da reitoria ano passado foi a questão do R.U., mas uma vez despontada a mobilização, várias das questões candentes são levantadas e estruturam uma pauta muito maior, a pauta da universidade pública como um todo.
            Não tem como afirmar que os estudantes em si nada têm a ver com essa luta. Ela nos afeta diretamente todos os dias! Temos dentro dessa luta geral uma série de particularidades que dizem respeito a nós. Abster-nos desse processo é se abster de, de alguma forma, trabalhar para reverter o quadro da precarização, e isso em si já é um posicionamento político contra a universidade pública, não importa como ele seja justificado.
            Uma série de coisas hoje em dia faz com que a condição do estudante no dia-a-dia da universidade seja precária. É no sentido de identificar essas precariedades e denunciá-las que deve se dar a nossa ação. Existe hoje a necessidade grande de que não deixemos se prolongar mais a licitação da 2ª fase da Casa do Estudante (CEU). Bem como de não aceitarmos mais que alguns cursos tenham aulas em 3 ou 4 lugares diferentes por causa da falta de estrutura.       De exigirmos mais armários na BCE, laboratórios e salas de aula decentes, tanto no campus sede quanto das extensões. Precisamos que a universidade e o governo, se proponham a pensar e instituir, uma política de assistência estudantil que realmente apóie o estudante em suas carências básicas, para que possamos criar uma condição na qual o estudante realmente pode vir aqui só para estudar.
            Nesse sentido a greve estudantil significa menos uma paralisação que exige direitos, respaldada por leis trabalhistas etc. O que reivindicamos enquanto estudantes quando falamos em Greve Estudantil não é o direito “formal” à greve. Reivindicamos o direito real de poder nos unir e reivindicar as nossas necessidades dentro da universidade. Para que isso seja efetivo, devemos todos nos unir e denunciar cada vez mais as precariedades que enxergamos no cotidiano de cada curso.
            O apoio a greve dos funcionários, portanto, é importante não só para fortalecer a luta que eles se propuseram a travar com o governo do Estado, mas para expandir essa luta aos problemas estruturais dos estudantes e da universidade como um todo. Na medida em que nos abstemos, a tendência é que ignoremos aquelas questões que dizem respeito a nós estudantes, e que enfraqueçamos a greve dos servidores na medida em que ela não consegue atingir o seu objetivo de protesto: parar a universidade. É nesse ponto que hoje a universidade se divide entre os que apoiam a greve e param totalmente suas atividades, e aqueles que não reconhecem a greve e continuam a trabalhar ou fazer suas coisas normalmente. Não parar, hoje, significa enfraquecer a greve e enfraquecer a luta.
            A determinação de alguns professores e alunos em continuar mantendo as atividades é compreensível do ponto de vista individual. Mas isso leva a que, mais e mais esses professores e alunos tenham que se submeter a condições inóspitas para o ensino, tentando driblar essa enorme falta que os servidores fazem na nossa universidade.  É nesse sentido que alunos estão tendo aulas na beira da piscina, que cursos inteiros estão colocando as meninas para fazer limpeza dos blocos, que professores insistentemente estão dando faltas aos alunos que não comparecem às aulas, mesmo sem sala de aula e estrutura adequada para isso e etc. Os alunos não devem se submeter a essas condições. Em vários cursos, professores e estudantes declararam adesão à greve em razão dessa situação precária, de incerteza e de mal-estar. Não faz sentido não aproveitarmos essa condição de greve para aprofundar essa luta.
            Precisamos nos reunir nos nossos espaços de discussão: CAs, Assembleias, Reuniões e etc., e aprofundar o trabalho em torno da construção de uma grande pauta a ser exigida do governo do Estado, que é o principal agente desse processo de precarização na nossa universidade. E temos que, definitivamente, acabar com os conflitos entre as categorias e sindicatos em torno dessa condição de greve. Estamos todos no mesmo barco, um barco cheio de buracos e que, se não fizermos nada, vai aos poucos terminar de afundar. Esse barco é a universidade pública

Panfleto 17/09/12


Convocada GREVE ESTUDANTIL

Convocada a greve o próximo passo é construir as Assembleias dos Centros, vamos unir os estudantes dos centros, saindo cada um do seu curso para tomar uma posição coletiva de como se engajar na GREVE. GREVE é MOBILIZAÇÃO!

A universidade parada e os nosso direitos negados, não dá pra ficar!
A única saída positiva é exigir do Governador que atenda as reivindicações dos Servidores URGENTE e assim ac
abar a greve. E nesse momento de mobilização avançamos na pauta que exige do Governo do Estado e da Reitoria o fim dos cortes de verba, a reposição imediata; Contratação imediata de trabalhadores da UEM - Docentes e Técnicos; Autonomia e democracia para UEM já: Fim do 70-15-15!

Estamos em uma Universidade em colapso, fadada a terceirização, precarização e destruição como instituição pública de ensino, caso não haja uma geração capaz de frear o Governo Tucano privatizante.

Exigimos uma universidade pública, gratuita e de qualidade HOJE e SEMPRE! Para cada estudante de hoje e para todas as novas gerações! A UEM precisa ser defendida POR NÓS para as FUTURAS GERAÇÕES, nossos filhos e netos!

Assembleias de Centro agendadas:

CCH - Segunda as 17h no DCE
CCS - Terça as 9h nas Quadras

Mais uma assembelia marcada:
ASSEMBLEIA dos estudantes do curso de ZOOTECNIA (19/09/2012 Quarta-feira, Bloco J45 Anfiteatro 2 às 17:30hs).


PENSE; PARTICIPE; MOVIMENTE-SE!
EM GREVE!

Perguntas e respostas sobre a GREVE ESTUDANTIL!

Um estudante com dúvidas sobre a GREVE ESTUDANTIL rompeu o silêncio e perguntou ao perfil da Movimente-se UEM no facebook, abaixo está reproduzido o diálogo adaptado a responder as questões.

Um preâmbulo importante diz respeito a situação da negociação da Greve. O Secretário Alípio Leal, afirmou na última mesa de negociação que não negociará enquanto estiverem em greve. Cabe lembrar que o GOVERNO é o CALOTEIRO, os trabalhadores aceitaram a proposta e o Governo não aplicou... e assim estamos.

Segue o diálogo:

Estudante: Oi. Tenho dúvida sobre a greve estudantil. Caso ela ocorra não prejudicaria nossos estudos?

Movimente-se: A greve que está ocorrendo prejudica os nossos estudos. Estamos sem RU, sem BCE, muitos blocos não estão abrindo e o responsável por isso não são os trabalhadores em greve, eles estão gozando do direito deles em não abrir o bloco. Ou seja, não trabalhar, quando se deflagra GREVE, é um DIREITO.

De outro modo, a universidade passa por condições reais de precarização e segundo avaliação de membros do Conselho de Administração se o Governo do Estado não mudar a política para as universidades do Paraná a UEM não se sustentaria em 3 anos, sem cobrar mensalidades dos estudantes de graduação.

Estudante: Para a greve ocorrer todos os estudantes tem que votar a favor?

Movimente-se: Entrar em GREVE é exigir do GOVERNO DO ESTADO que queremos ter aula e para isso é NECESSÁRIO que o GOVERNO ATENDA IMEDIATAMENTE as reivindicações dos TRABALHADORES em GREVE!

A greve já está ocorrendo. A GREVE foi CONVOCADA pela Assembleia Geral Extraordinária, convocada pelo DCE na Sexta-feira, as 15h na frente do DCE. Convocada a GREVE convocamos todos os DISCENTE a se reunir em ASSEMBLEIAS por CENTRO, e nessas ASSEMBLEIAS será decidido o posicionamento dos ESTUDANTES do CENTRO.

Participe da ASSEMBLEIA do seu CENTRO e construa a GREVE conosco... Ou seremos lembrados como a geração que assistiu de casa a UEM ser PRIVATIZADA?

PENSE, PARTICIPE, MOVIMENTE-SE!

Estudante: A ideia da greve é boa, mas o problema é que os alunos podem ser prejudicados.

Movimente-se: José, de verdade, o Calendário Acadêmico pode ser cancelado a qualquer momento e isso nos prejudicará. No entanto me parece que esse prejuízo vai ser muito maior se ficarmos quietos.

A universidade para, nós, como bons individualistas, só servira a mim e eu pouco dou conta para os outros que estão por vir, tampouco para os funcionários que garantem o funcionamento da universidade.

Veja... essa equação me parece mais real: Se investirmos coletivamente tempo e energia para garantir que a pauta dos Trabalhadores da UEM seja atendida retomamos as aulas normalmente mais rápido.

Estudante: Então vou apoiar vocês!

Movimente-se: Que bom!

Estudante: Valeu por explicar sobre esse movimento.

Movimente-se: Divulgue por gentileza (:

Estudante: E continuem fazendo esse trabalho maravilhoso de informar aos universitários da UEM sobre os problemas.

Movimente-se: Obrigado e obrigado por perguntar! Abraço!

A UEM está em GREVE:
BETO RICHA a CULPA é sua!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sobre a greve nas estaduais

Sabemos que as Universidades Estaduais e as demais instituições públicas estão passando por uma crise ferrenha.
Nesses 2 anos do governo tucano do Beto Richa, as insituições públicas de ensino vêm sofrendo com a falta de investimento, corte de verbas, não há contratações e sequer um horizonte para novos concursos públicos, etc., enquanto os bancos (Santander) e as universidade privadas dão pulos de alegria. Quem não se lembra que o governador Beto Richa esteve ano passado em Maringá para ser paraninfo da colação de grau do Cesumar?!

Enfim, não precisamos ser repetitivos. Sabemos que a precarização está aí, e não é de agora. A ocupação da reitoria e toda a movimentação foi a reação a todos os problemas que nós, estudantes, enfrentamos. Isso que estamos na "melhor do Paraná", imaginem a pior universidade...

As mobilizações docentes e dos técnicos foram e são ainda reflexo dos problemas que tais categorias enfretam: irresponsabilidade do governo com reajustes salariais, planos de carreira precários, etc. Apesar de serem pautas bastante específicas e corporativistas, são legítimas e as mobilizações merecem todo nossos respeito.
Mas na UEM e em algumas outras universidades a nível nacional, têm seus sindicatos divididos entre os docentes (ANDES) e técnicos (CUT). Infelizmente, e por motivos que não cabem aqui, esses dois sindicatos na UEM segregaram a luta e o que aconteceu foram paralisações em datas diferentes, a própria greve não foi planejada em conjunto. Cabe ressaltar que o DCE em todo momento procurou unificar e ampliar as pautas, fazendo com que nossa pauta estudantil elevasse a ponto de ser discutida conjuntamente com todo a comunidade acadêmica (professores, servidores e estudantes). O que não se concretizou.

Saiu, então, a "greve dos 3 dias" dos docentes, que não passava da retomada de algo que o governo havia prometido (enviar o projeto de lei da equiparação salarial docente até 1º de maio para a Assembleia Legislativa) e não cumpriu. Passou-se os 3 dias, e o projeto de lei foi votado e será executado em outubro. A SESDUEM considerou uma vitória.

A questão dos servidores, dias antes da greve docente, já havia sido resolvida. Mas o governo voltou atrás.
O que saiu no Diário: "Só voltaremos a trabalhar quando o Governo cumprir o que prometeu. Inicialmente houve uma proposta que a categoria aceitou, mas depois voltaram atrás e disseram que não havia dinheiro. O acordo com os professores foi feito, queremos que façam o mesmo conosco. As atividades serão retomadas quando a proposta estiver regulamentada em um projeto aprovado pela Assembleia Legislativa e pelo governador", fala Almir Carvalho de Oliveira, um dos membros da comissão de greve da UEM.
E assim, no dia 11 de setembro de 2012, iniciou-se a greve dos servidores em 4 universidades: UEM, UEL, UEPG e Unioeste (Cascavel).

Tomando proporções muito maiores do que imaginávamos, no primeiro dia de greve houve adesão de 80% dos servidores da universidade!!!
Outro fator que nos surpreendeu foi a posição dos docentes. Não sabemos se de fato a Sesduem está falando pela maior parte dos professores da UEM, mas aparentemente muitos concordam, pois, mesmo com portões trancados, blocos e salas trancadas, os docentes insistem em continuar trabalhando, dando suas aulas nos gramados, no térreo dos blocos, etc.

E os estudantes nisso tudo?
Mesmo apoiando e considerando legítimas as reivindicações, nenhuma das outras categorias levantam pontos que toquem o cerne da questão devido a especificidade das pautas (salariais).
Enquanto isso, vemos nossas reivindicações sem perspectivas de serem atendidas.

Por essas e outras que devemos, juntos, nos mobilizar e levantar nossa voz, elevar nossa pauta sem ser contra os professores ou servidores, mas fazê-las caminhá-las em conjunto, para que sejam definitivamente atendidas.

ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES
14/09 - NO DCE - 15H!



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Nota do Diretório Central dos Estudantes da UEM em apoio a greve dos servidores

O Diretório Central dos Estudantes, reunido no dia 11 de setembro de 2012, vêm a público se posicionar frente a deflagração da greve dos trabalhadores e técnicos da Universidade Estadual de Maringá a chamado do SINTEEMAR.
Considerando que a greve dos servidores da UEM reivindica a aprovação do Plano de Carreiras Cargos e Salários da categoria, sob o rebaixamento das condições de elevação da categoria apresentadas pelo governo do Estado que refletem a precarização das condições de trabalho e do ensino superior público como um todo;
Considerando que os posicionamentos deste diretório frente a situação de crise do ensino superior refletem o conjunto de problemas vivenciados pela universidade, pelas três categorias, docentes, servidores e estudantes;
Decidimos convocar a todos os estudantes a apoiar a greve dos servidores da UEM, defendendo o direito de greve de todos os trabalhadores e trabalhadoras.
Nesse processo objetivamos intensificar o debate sobre a universidade, mantendo o chamado as três categorias, pela unidade da comunidade universitária, superando o enclausuramento, os antagonismos e as divergências pela defesa da universidade pública gratuita e que sobretudo  possibilite condições de trabalho e vivência dignas a todos e todas. 
Toda a comunidade universitária vêm sendo vítima de ataques dos governos estadual e federal, está posta a nescessidade de superarmos nossas diferenças internas e lutarmos juntos por um modelo de educação mais humano, democrático e que atenda às reais necessidades desse povo brasileiro, honesto, sofrido e trabalhador.
Nos últimos anos vivemos vários períodos de intensa mobilização estadual das categorias que formam as universidades estaduais, neste atual momento a greve dos servidores técnicos conta com a adesão da UEM, UEL, Unioeste e UEPG. Esses processos de luta escancaram a realidade dramática do ensino superior no estado bem como o descaso das autoridades públicas.
Repudiamos todos os atos e notas que tentam deslegitimar esta importante mobilização em defesa da universidade. Defendemos o direito a greve e seu potêncial pedagógico de formar cidadãos politizados para atuar democraticamente nesta sociedade contraditória e desigual!
Esperamos que a categoria em greve se sensibilize com as pautas da universidade lutando conosco por mais verbas e uma melhor estrutura, assim como defendemos que o trabalhador merece um bom PCCS para uma vida digna fora da universidade e também uma vida digna durante o seu trabalho árduo e valoroso, bem como os estudantes e docentes merecem um espaço adequado para estudar e meios para se manter estudando, com uma política de acesso e permanência estudantil que possa de fato democratizar o ensino público.
Precisamos mais que problematizar nossa dramática situação, precisamos fazer-nos ouvidos pelo governo estadual. Precisamos juntos ir para Curitiba e conquistar aquilo que nos é de direito, uma universidade pública, gratuita, democrática, de qualidade e que possibilite uma vivência digna e humana para toda a sociedade.

Todo apoio a greve dos servidores! Em defesa da universidade popular pela soberania da nação!