sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Carta do DCE defende a autonomia e a democracia da UEM, contra a transposição do Campus Sede.


Ontem (13/12/2012) a pedido do Prefeito Sílvio Barros foi realizada reunião entre a comunidade universitária, conselheiros, e a Prefeitura Municipal de Maringá para tratar da transposição do Campus Sede.
Apesar de ter sido convocada para tratar do Campus Sede todo o tempo o Prefeito usava de retórica fraca para não apresentar o projeto e tampouco responder os questionamentos. Falava de sustentabilidade, da África, do EuroGarden... tudo, menos explicar claramente porque quer cortar a UEM e liberar a Vila Esperança para a especulação imobiliárias (notem que já há demolições na Vila Esperança).
O Diretório Central dos Estudantes se fez presente e entregou a carta que segue ao Prefeito. A resposta foi só a de alegar que o DCE não conhecia o projeto (que mais uma vez não foi apresentado!).


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES

CARTA DO DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES AO PREFEITO DE MARINGÁ

À Vossa Ex.ª Prefeito de Maringá, Sílvio Magalhães Barros II,

O Diretório Central dos Estudantes, entidade máxima de representação dos estudantes, vem por meio deste manifestar sua contrariedade à forma como a Prefeitura de Maringá desenvolve a discussão da transposição da UEM.
A Universidade Estadual de Maringá tem uma comunidade de cerca de 20 mil pessoas. Trata-se da instituição pública estadual de ensino superior mais importante do Paraná. O tratamento da prefeitura à questão, no entanto, não está a altura de uma instituição que tem autonomia garantida pela constituição.
A Universidade, de seu modo, preservando a democracia institucional, está dando passos para rediscutir o desenho do campus sede. Já está instalada uma Comissão para tratar justamente do Plano Diretor do Campus Sede que deve abrir a consulta a toda a comunidade, construindo um modelo de participação democrática.
Hoje é unânime a avaliação de que o Campus Sede da UEM não pode se eternizar como uma barreira à cidade. A Universidade que defendemos é justamente a que se abre a comunidade e que está na cidade. Sem, no entanto, ser rasgada por uma obra de engenharia que vai além dos danos materiais da remoção de prédios e até da Estação Climatológica Principal de Maringá (que abriga mais de 30 anos de análises climáticas que se suprimida perde a validade científica), vai além do transtorno a comunidade de mais de 20 mil pessoas e dos comerciantes locais. Uma obra de engenharia da magnitude apresentada, sem duvida, contribuirá para o assoreamento do já tão impactado Córrego Mandacaru.
De nossa parte temos certeza em afirmar que não queremos uma universidade transposta pela cidade. Queremos uma Universidade que se exponha a cidade, que abrigue a cidade, e que faça isso pelas suas instâncias pelo seu projeto político e pedagógico de uma instituição autônoma e democrática que não deve agir a toque de caixa e por pressão da burocracia que impede a tramitação do licenciamento das obras da universidade.
A UEM é de todos nós e preservar sua autonomia e democracia, aprofundando a discussão do Plano Diretor do Campus Sede, está na ordem do dia!

Diretório Central dos Estudantes – Gestão Movimente-se UEM 2012/2013

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Repasses: R.U e Bolsas-trabalho UEM

Na terça-feira passada, dia 04 de dezembro, aconteceu no DCE uma Reunião Ampla para informar e esclarecer questões sobre a reforma no Restaurante Universitário da UEM e a Bolsa-trabalho.
Muitas dúvidas e boatos estavam rolando, e por isso a reunião foi chamada.

Sobre a bolsa-trabalho, o DCE através do representante discente do CAD (Conselho Administrativo), esclareceu que não houve corte de bolsas! O que aconteceu foi que uma das reivindicações estudantis de anos, a de transformar as bolsas-trabalho (que são em maior parte de funções administrativas, tampa buracos da universidade) em bolsas-pesquisa começou a ser atendida!
É isso galera, mais de 100 bolsas que antes eram de do programa da bolsa-trabalho, ano que vem serão bolsas de pesquisa, a começar pelas bolsas-trabalho que já eram na área, como os bolsistas que trabalhavam em laboratório, os bolsistas da PCU, etc.
A questão dos 8 meses já era algo previsto a tempos, porque de fato há setores que só trabalham durante os 8 meses do ano letivo, porém, já estamos vendo, através do CAD, a flexibilização para 10 meses em setores que comportam esses 10 meses de trabalho, e assim exigirmos que a resolução das bolsas contemple essa reivindicação. O valor da bolsa-trabalho também subiu para R$4,00 a hora! Não é lá um grande reajuste (R$0,25), mas que já é um avanço das pautas estudantis.

Sobre a reforma do R.U, afirmamos: não há NADA certo ainda! O projeto da reforma está na PCU (prefeitura do campus) e ninguém teve acesso a ele. A vice-reitora, Profª Neusa, afirmou também desconhecer o projeto.
O que sabemos é que será uma reforma na cozinha do R.U. O saguão e a parte que onde se serve os alimentos não será modificada, mas só teremos certeza assim que tivermos acesso ao projeto.
Os encaminhamentos na reunião foram de terça passada foram:
- Reunião com a Osana da DCT na quinta-feira (06/12) para discutir R.U e esclarecimentos quanto a bolsa trabalho;
- O reitor (Júlio) teria uma reunião com a PCU na sexta-feira (07/12), e levaria a cópia do projeto à reunião do CAD na segunda-feira (10/12), onde o nosso representante ficaria a cargo de pegar uma cópia;
- Reunião de repasses na terça-feira 11/12, hoje, no DCE.

Porém, a semana fechou com o seguinte saldo: 
- reunião de quinta a Osana cancelou;
- não sabemos se houve reunião do reitor com a PCU na sexta, tudo indica que não;
- o reitor apareceu de passagem na reunião do CAD ontem e foi embora, sem dar satisfação aos conselheiros sobre o R.U.

Portanto, estamos suspendendo a reunião que aconteceria hoje já que não há repasses a serem feitos. O DCE se responsabilizou a ir hoje mesmo na PCU para pedir cópia do projeto e, ainda este ano, vamos fazer o que for necessário para termos certeza do que acontecerá com o R.U e não ficarmos nos baseando em boatos. Devemos garantir a reforma do RU, mas que sejam tomadas medidas que não prejudiquem a nós estudantes, e funcionários que dependem do R.U para se alimentar cotidianamente.

Em breve soltamos mais informações e detalhes!

Pense, participe, movimente-se!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Chamado para a Conferência Municipal


Não é surpresa pra ninguém que a UEM está localizada em um dos eixos de desenvolvimento de Maringá, o campus que foi construído no limite da cidade projetada, às margens da Avenida Colombo, assistiu o rápido e desenfreado crescimento urbano para além das avenidas largas e arborizadas das regiões centrais. Hoje a população enfrenta todos os dias um dos efeitos colaterais desse modelo de desenvolvimento, o transito caótico nas avenidas que fazem a ligação da região norte da cidade com o centro, como na Av. Morangueira e na Av. Mandacaru.

Infelizmente, a gestão Barros/Pupim  da prefeitura está considerando o campus da UEM como o grande entrave para o desenvolvimento norte/sul de Maringá e teima em defender um projeto de transposição que implicaria na construção de 2 (dois) túneis – na continuação da Herval e da Duque de Caxias – aos moldes do túnel que foi construído para a linha férrea sob a Av. Horácio Racanello (ou seja, um buraco com laje).  Esse projeto rasgaria a universidade, obrigaria a demolição de algumas edificações, e retiraria o caráter de campus tal qual nós conhecemos atualmente, devido à enorme quantidade de veículos que passaria pela UEM todos os dias.  A Universidade, através dos conselhos e a reitoria, já rechaçou esse projeto e está estudando alternativas viárias que trariam menos impacto para o campus.

Apesar de a UEM já ter se posicionado contrária a esse projeto, é ele que está em pauta na próxima Conferência Municipal, nota-se um desrespeito absoluto da prefeitura com esta que é a maior e melhor instituição de ensino da cidade, a grande promotora de cultura, debates democráticos e desenvolvimento do município.

Por isso, fazemos um chamado aos Centros Acadêmicos, Associações, Núcleos de estudo e pesquisa e todos e todas que estiverem interessados para participar da Conferência Municipal, segunda feira, dia 10, das 8:30 às 17:00, na Câmara dos Vereadores.

As inscrições podem ser feitas no site:
http://www.maringa.pr.gov.br/conferencia2012/


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

COMISSÃO ELEITORAL CONVOCA CEEB PARA 3 DE NOVEMBRO DE 2012


COMISSÃO ELEITORAL DCE - 2012 CONVOCA OS CENTROS ACADÊMICOS OU REPRESENTANTES DE CURSO PARA


    

 CONSELHO ESTUDANTIL DAS ENTIDADES DE BASE- CEEB



 A se realizar no dia 03/11, sábado
ÀS 14H
NO AUDITÓRIO DO BLOCO Q04 
(Bloco da Farmácia-Ensino)



Pauta:
-Informes;
-Calendário Eleitoral;
- Regimento Eleitoral

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DCE REALIZARÁ CEEB EM 27 DE OUTUBRO

GESTÃO DCE MOVIMENTE-SE UEM  2011-2012 CONVOCA OS CENTROS ACADÊMICOS OU REPRESENTANTES DE CURSO PARA


    

 CONSELHO ESTUDANTIL DAS ENTIDADES DE BASE- CEEB


 A SE REALIZAR no dia 27/10
ÀS 14H
  no R.U!

 Pauta:

-Informes;
-Comissão Eleitoral;
-Prestação de Contas

sábado, 6 de outubro de 2012

Mobilização e conquistas estudantis no período da greve


O ato e assembleia dos estudantes do dia 27 de setembro marcou o último momento do levante estudantil no período de greve dos servidores técnicos da UEM.
Lamentamos o fato ocorrido durante o ato, que surpreendeu e constrangendo a todos lá presentes, mas que não comprometeu o encaminhar das questões pertinentes a nossa mobilização, podendo assim finalizarmos nossa assembleia com importantes deliberações.
No ato, tivemos notícias que demonstram a força e a necessidade da mobilização estudantil: nos foi anunciado que, ainda este ano, teremos um total de 89 professores efetivos nomeados; 16 servidores técnicos efetivos; a ampliação do R.U no campus sede e a readequação do restaurante no campus de Umuarama; por fim, a aprovação da construção da Concha Acústica, em uma única fase. As questões pontuais de nossa pauta também foram atendidas: nenhum bolsista-trabalho e monitor foram prejudicados, todos receberão o mês de setembro integralmente; os bolsistas auxílio alimentação receberão em dinheiro pelos dias sem R.U. Garantimos, desta forma, o mínimo de assistência estudantil que temos na UEM. Vitória dos estudantes!!!
Por fim, a assembleia tirou os próximos passos de nosso movimento, que deve finalmente extrapolar os muros da UEM e expandir para todas as IEES do Paraná. Tiramos a construção de um abaixo-assinado, pontuando as reivindicações que são calcadas nas necessidades, e elas avançam: Contra os cortes, por mais verbas para o ensino superior público; Contratação de docentes e técnicos efetivos, assim como a abertura de novas vagas - concursos; Autonomia das IEES, revogação imediata do Meta-4! Além disso, deliberamos por construir a mobilização no sentido de ir a Curitiba, até o Palácio do Iguaçu, durante as discussões do orçamento, que proporciona meios para ver as reivindicações atendidas.
Vimos que nós estudantes em movimento, somos fortes. Avançamos de modo surpreendente, mais ainda temos muito que avançar! A luta em defesa da Universidade Pública, gratuita e de qualidade continua. Com estudantes das Universidades Públicas paranaenses juntos, rumo à Curitiba!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Informações da PEN sobre as aulas.


Sobre a postura da pró-reitoria de Ensino e Pesquisa (PEN), frente às demandas dos alunos em relação à continuidade das atividades da graduação.

Em um conversa realizada hoje, 25 de setembro de 2012, alguns membros do DCE foram à PEN para angariar informações que dizem respeito à situação dos alunos que, com a finalização da greve dos funcionários, querem respostas acerca de reposições de aulas, conteúdo programático devidamente trabalhado, bem como faltas e/ou presenças em aulas que não aconteceram, devido à paralisação de muitos cursos. A pró-reitora nos informou que uma reunião do CEP (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) acontecerá nesta quarta-feira, 26 de setembro, para que o conselho discuta sobre a possível flexibilização do calendário acadêmico, bem como a delimitação do que será considerado como aula dada ou não, em meio ao período grevista.
E, como “medida” mais pontual e imediata, aconselhou-nos, e acredita que tal recomendação é viável, o bom senso tanto de docentes, quanto de alunos, deve existir. Os professores têm autonomia sobre suas aulas, ou seja, nenhuma legislação da UEM garante a existência (ou não) de um quórum mínimo de alunos para que a aula seja considerada dada. Porém, acredita que com uma postura do conselho (CEP), que não pode ser revogada pelos docentes, o prolongamento do calendário acadêmico, mesmo que breve, ocorrerá. Ou seja, professores e alunos devem dialogar a respeito das reposições, faltas e avaliações. Algumas situações serão balizadas pelo conselho, assim que este definir certos critérios em relação ao restante do ano letivo. Ressaltamos que em reunião na quinta-feira passada (13/09), a vice-reitora Neusa Altoé nos disse que sem aluno não há aula. Mas de fato isso se dá muito mais por uma questão de bom senso como já citado, já que não há resoluções gerais na universidade que definem isso. Portanto, esperamos que o resultado desta reunião seja positivo e que vise o respeito que tanto os alunos almejam, pelo direito que têm de reivindicar junto ao corpo docente de seu curso seus direitos.

Ato pela cobrança das nossas reivindicações!!!


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Projeto Nem 1%


Vídeo feito por uma galera disposta a se movimentar por suas convicções!
Informação sobre o que está acontecendo na UEM de forma clara, bem humorada e muito bem produzida!

Parabéns às meninas e meninos do "Nem 1%"!!!




domingo, 23 de setembro de 2012

Nota sobre o ATO EM DEFESA DA UEM


Dando continuidade ao processo de mobilização dos estudantes, na última quinta-feira, 20 de setembro, realizamos um Ato EM DEFESA DA UEM. Este processo foi iniciado na sexta-feira, 14 de setembro, com a convocação de greve estudantil em Assembleia Geral e, durante toda a semana, foram feitas assembleias em vários cursos e centros de ensino para avaliar a situação particular de cada caso e levantarmos a discussão sobre os problemas que cada curso enfrenta. Em alguns cursos e centros houve a adesão à greve, outros não viram a possibilidade de aderirem pois, de alguma forma, não estavam "sentindo" a greve dos servidores por motivos como departamentos que possuem as chaves ou contrataram chaveiros para abertura de blocos e salas, assim como a limpeza (feita por terceiros ou pelos próprios estudantes, etc), mas em TODAS as assembleias foi deliberado apoio ao movimento e à greve dos estudantes. Todos reconheceram a necessidade e importância da mobilização estudantil para trazer a tona os vários problemas que vivenciamos todos os dias na UEM, e avançarmos em nossas reivindicações.

No ATO, estavam presentes mais de 250 estudantes do campus sede e dos campi regionais (Umuarama e Cianorte) que seguiram pela UEM, saímos no portão da rua 10 de maio e caminhamos em protesto pela av. Colombo até a reitoria e lá nos encontramos com os servidores que acompanhavam a reunião do COU (Conselho Universitário) com o reitor, Julio Prates Filho, e a vice-reitora Neusa Altoé. Foi um momento importante de diálogo direto com os servidores que falaram aos estudantes e ficaram muito gratos pelo nosso apoio a suas reivindicações. Porém, foi um momento importante por colocarmos em debate nossas pautas específicas. Durante a Assembleia Geral após o Ato, construímos uma pauta* mais geral dos estudantes e entregamos em mãos ao reitor e vice-reitora que se comprometeram a dar um parecer na próxima quinta-feira, 27 de setembro. E nós, mais uma vez, estaremos reunidos e mobilizados para cobrar o parecer e o posicionamento da administração da UEM perante tantos problemas que assolam toda a universidade e que, não de hoje, os reivindicamos.

Agora, e até dia 27, é preciso que cada curso construa suas pautas e traga suas reivindicações para se somar a pauta mais geral dos estudantes e assim, juntos, avançarmos nas demandas mais amplas e também em pontos mais específicos de cada curso.

Convidamos tod@s para participar de mais um ATO, dia 27 de Setembro, com concentração no DCE a partir das 14hr, para cobrar nossas pautas!



*Pauta de reivindicações entregue e assinado pelo reitor, Julio Prates Filho, no dia 20 de setembro:
  • Exigência do atendimento imediato das reivindicações dos servidores em greve para o restabelecimento de normalidade: com o funcionamento da BCE, R.U e DAA sem terceirização;
  • Por mais verbas para a educação pública, contra cortes de verbas;
  • Contra a precarização e terceirização da universidade;
  • Licitação da 2° fase da casa do estudante e política de ampliação de assistência estudantil;
  • Contratação imediata de professores e funcionários;
  • Por infraestrutura adequada nos campi sede e regional;
  • Autonomia universitária, Revogação imediata do META 4! ;
  • Paridade já! ;
  • Recebimento integral da bolsa-trabalho pelos estudantes no período de greve;
  • Transformação da bolsa-trabalho em bolsa auxílio-acadêmico, por critério socioeconômico;
  • Implementação de 50 bolsas-alimentação no campus sede e 15 em cada campi regional. Imediato recebimento de cestas-básicas pelos estudantes bolsistas durante o período de greve
  • Construção de Restaurantes Universitários nos campi regionais;
  • Estrutura física para cada entidade do Movimento Estudantil;
  • Garantia de transporte para os campi regionais.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sobre a abertura dos portões da UEM

Na manhã desta sexta-feira, dia 21/09, os portões da UEM estavam todos abertos, o que fez muitos pensarem que a greve dos servidores havia acabado.
Pois bem, ocorreu na realidade que, a mando da Reitoria, a Prefeitura do Campus terceirizou chaveiros para abrir os portões.

A greve dos servidores continua! Somente a assembleia deles que pode suspendê-la.

A situação no momento é essa: os Conselhos da UEM, majoritariamente composto por docentes, pressionam a administração (reitoria) para que esta garanta as condições necessárias à universidade , fazendo-a funcionar normalmente. Pressionar para que essas condições sejam concretizadas pressupõe apenas 2 saídas, 1) obrigar que os grevistas da zeladoria FUREM a greve; 2) TERCERIZAR tais setores.
E, pelo que os conselhos e o reitor estão apontando, a 2ª opção é a escolhida. Essa é a situação, a Reitoria  utiliza recursos (DINHEIRO) da UEM para contratação de serviços! Dinheiro que poderia, aliás, deveria ser investido em infra-estrutura, materiais, e outras formas de melhorar as condições para um ensino de qualidade, poderá ser destinado à empresas privadas, em uma tentativa ofensiva de desmobilizar e desrespeitar a greve!

É essa Universidade que queremos? Uma administração que ignora a greve dos servidores e gasta o dinheiro público para contratar chaveiros? Que empurra nossa universidade diretamente às empresas privadas, terceirizando setores tão importantes para o funcionamento da instituição???
Pense...

A luta deve ser de tod@s! É a luta pela universidade plenamente pública e de qualidade!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Carta à Comunidade UEM


Carta a Comunidade UEM: ESTUDANTES EM GREVE

Estimad@s Trabalhadores e Estudantes da UEM,

Na última sexta-feira, os estudantes, reunidos em Assembleia Geral, convocaram uma Greve Estudantil em apoio à greve dos funcionários, sendo retirada uma proposta de que cada centro e entidade poderia fazer sua própria assembleia discutindo a adesão à greve. Os motivos que levaram, nós estudantes, a fazermos isso se dão através de dois momentos distintos.
Num primeiro momento, as condições que a greve impõe ao funcionamento da universidade não possibilita que possamos ter aulas em condições normais. E não faria o menor sentido que encarássemos essa situação culpando os servidores, tão importantes para o funcionamento da nossa instituição. Parece-nos claro que, em uma situação como essa, é a intransigência do governo do Estado, que mostra descaso, se recusando a atender as reivindicações dos grevistas, que deve ser responsabilizado.
Em um segundo momento, mobilizações como essa, mostram a todas as categorias da universidade, a verdadeira situação precária para a qual, cada vez mais, estamos caminhando. Cada vez mais a universidade pública é estrangulada financeiramente pelo governo do Estado, não conseguindo, na maioria das vezes, nem arcar com suas próprias despesas. Isso se reflete principalmente na precarização dos contratos de trabalho dos funcionários públicos aqui lotados (tanto professores como funcionários), e no progressivo abandono do primado da qualidade em função da economia e da privatização. Para darmos um exemplo que demonstra bem essas duas questões, basta relembrarmos que o quadro de funcionários públicos atual da universidade há muito deixou de ser aumentado, mesmo com o aumento do número de cursos. Muito pelo contrário. O número de funções dos funcionários públicos aumentaram, enquanto o salário permanece o mesmo.
Para os estudantes isso se reflete também nas condições de ensino que a universidade não nos proporciona. Cursos novos sem salas de aula, sem laboratórios, sem professores. Ausência de uma moradia estudantil (Casa do Estudante). Estrutura do R.U. insuficiente para atender a demanda. Biblioteca insuficiente. Corte nas bolsas, e por aí vai.
A nossa mobilização, nesse momento da história da UEM, é legítima e necessária. A universidade não só deve combater a sua precarização e privatização, como deve sempre se mobilizar para exigir do governo que condições melhores de estudo e de trabalho sejam implantadas. Para os estudantes, se abster desse processo de mobilização que os funcionários iniciaram, significa se abster de, de alguma forma, trabalhar para reverter esse quadro, e isso em si já é um posicionamento político contra a universidade pública, não importa como ele seja justificado.
Nesse momento estamos nos reunindo nos nossos espaços de discussão: Centros Acadêmicos, Assembleias e Reuniões e etc., e queremos, junto a professores e funcionários, construir uma grande pauta a ser exigida do governo do Estado, que é o principal agente da privatização e da precarização na nossa universidade. Estamos todos no mesmo barco, um barco cheio de buracos e que , se não fizermos nada, vai aos poucos terminar de afundar.
             
Até o momento aderiram a GREVE (por ordem de adesão): CTC - Umuarama, Educação Física, Economia, Arquitetura e Urbanismo, Comunicação e Multimeios, Artes Visuais, Geografia, Centro de Ciências Humanas, Centro de Ciências da Saúde.

Estão agendadas Assembleias:
Centro de Tecnologia - Quarta-feira (19/09) às 17h30 no D-67
Centro de Ciências Exatas - Quarta-feira (19/09) às 17h30 no DCE
Centro de Ciências Biológicas - Quarta-feira (19/09) às 17:30 na Praça da Biologia

Convidamos tod@s a se somar ao ATO EM DEFESA da UEM, às 15h saindo do DCE. Na sequência será realizada Assembléia Geral dos estudantes, às 17h30 em frente à Reitoria.

UEM em GREVE: Beto Richa a CULPA é SUA!

Nota de apoio aos servidores

ESTUDANTES EM APOIO AOS SERVIDORES DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS!

“O servidor é nosso amigo! Mexeu com ele mexeu comigo!”

Os estudantes apoiam e aderem a luta dos servidores da UEM!  Nós estudantes, em Assembleia Geral, deflagramos greve em apoio aos servidores e pela unificação de nossas pautas: lutamos por uma universidade pública e de qualidade! Estamos construindo assembleias nos cursos por Centros de ensino para debater a greve e fortalecer o movimento junto aos servidores. Neste processo de mobilização já temos a adesão dos estudantes da maioria dos cursos do CCH e CCS, e outros como os cursos novos (Comunicação e Multimeios, Bioquímica, Artes Visuais), Arquitetura e Urbanismo e Economia. No campus de Umuarama, os estudantes também aderiram a greve.  Ainda durante esta semana vamos realizar assembleias do CTC, CCB e CCE e, na quinta-feira (20/09), realizaremos um Ato com concentração às 15h no DCE e às 17h30 Assembleia dos Estudantes. Convidamos os servidores a comparecerem e construírem este ato, em defesa da universidade pública!

Há tempos que nós estudantes estamos sem condições adequadas para ensino, pesquisa e extensão de qualidade, além da falta de uma política séria de acesso e permanência estudantil na UEM. Somos os bolsistas-trabalho que tapam os buracos na falta de contratação de funcionários, não temos um R.U que comporta a demanda da universidade principalmente pela escassez de servidores no restaurante, nos falta estrutura adequada em todos os campi, não temos sequer uma Casa do Estudante!

Assim como os servidores que têm se deparado com essa situação precária, com um quadro extremamente reduzido de funcionários efetivos, o que sobrecarrega e precariza ainda mais as suas condições de trabalho, e leva diretamente à terceirização de setores importantes para o pleno funcionamento da instituição.

Reconhecemos a legitimidade e a importância da luta dos servidores, principalmente por escancarar esse processo de precarização que estamos vivenciando e a falta de comprometimento e investimento do governo estadual nas instituições públicas de ensino, que empurra para privatização e terceirização.

Estamos ao lado dos servidores porque a luta é uma só: É a luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade!!!


Pense, Participe, Movimente-se!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Por que uma greve estudantil?


            Parece estranho em um primeiro momento se deparar com a ideia de uma greve estudantil. Muitas pessoas estranham, dizem que é ilegal, que é impossível, que não vai dar em nada e assim por diante. Muitos se posicionam contrários já num primeiro momento, por julgarem ser a greve coisa de gente “que não tem o que fazer”, e que os estudantes devem fazer de tudo para ter aula, a despeito de toda situação da luta dos servidores e suas consequências para a universidade.
            Pois bem, na atual conjuntura da nossa universidade, vários elementos se cruzam nesses últimos meses de conflitos, de greves, ocupações, paralisações, negociações e etc. O primeiro deles e com certeza muito determinante historicamente é a atual situação da universidade pública brasileira enquanto instituição social, seja na sua função educadora, ou na sua função científica.           Desde a década de 90 essa instituição vem sendo, como um serviço público, atacada de diversas formas. O corte do financiamento e a falta de crescimento “sustentável” (expansão de vagas concomitante à expansão do corpo docente, da estrutura etc.), são alguns exemplos de iniciativas que tendem a redefinir o local da universidade enquanto instituição pública de ensino, na sociedade.
            A tendência que se mostra cada vez mais é a precarização da estrutura do ensino público, em todas as suas esferas (ensino, pesquisa e extensão), paralela ao crescimento exponencial da oferta privada, onde o cidadão tem que pagar para ter acesso ao serviço. Isso fica claro se observamos o crescimento do número de universidades privadas (vendedoras de diplomas) que pipocam por todo o país. A verdade é que, a educação, é um grande campo para a expansão da iniciativa privada, o que faz com que o governo, atendendo aos interesses das empresas, incentive a criação de universidades privadas (com isenção de impostos, facilitação nos exames de qualidade e etc.) ao mesmo tempo em que retira seus olhares da universidade pública (cortando financiamento, não assegurando contratação de técnicos e docentes). Para fazer um paralelo, o exemplo mais claro de uma outra área dos serviços públicos que sofre com o mesmo processo é a saúde. Hoje em dia para se ter acesso a uma estrutura de saúde eficaz e de qualidade, o cidadão deve ter um plano de saúde privado (UNIMED, PREVER, SANTA CASA, etc), pois, do contrário, ele estará fadado a aguardar meses na fila do SUS para uma cirurgia ou até mesmo para um atendimento especializado.
            Mas é óbvio que essa tendência é algo que se mostra no nível mais geral da situação da universidade. Quando falamos em precarização, privatização, corte de verbas, estamos justamente nos referindo a essa situação mais geral, que, contudo, se constrói no nosso dia-a-dia. Mas temos mesmo uma dificuldade para identificar isso no nosso cotidiano, afinal, ter um ventilador quebrado na sala de aula, não é sinônimo de precarização, às vezes é só um ventilador quebrado! No entanto, se olharmos atentos, podemos identificar que certas ações do governo, da reitoria e da administração, apontam não somente para uma precariedade passageira substituível (como o ventilador quebrado), mas sim para precariedades que serão permanentes, e tendem a se tornar parte da condição na qual a universidade e as três categorias, funcionam. Um exemplo disso para os estudantes e para a universidade como um todo são as bolsas-trabalho. Elas são claramente uma precarização da universidade que aponta para a falta de verba para a contratação de funcionários e a sua substituição por estudantes, que ganham pouco e sem direito nenhum. Outro exemplo é a inexistência na UEM de uma Casa dos Estudantes. Isso será determinante para os acadêmicos estudarem na nossa universidade: ter condições de pagar um aluguel caro para morar.
            Quando os servidores e professores entram em greve, quando os alunos ocupam a reitoria, demonstram – e se reflete em suas pautas – que uma série dessas precariedades permanentes estão começando a afetar as condições de trabalho dos primeiros, e de estudo dos segundos. Mas não são somente essas precariedades que dizem respeito aos professores e funcionários que aparecem, em tempos de mobilização. Uma série de questões se somam e colocam às claras todo processo de privatização e sucateamento que a universidade vive.
            Porque quando a gente vive a nossa vida individualmente, é difícil que consigamos enxergar como essas questões estruturais se refletem em nós, e tendemos a ter dificuldades e até mesmo a falhar, vez por outra, e colocarmos em nós mesmos a culpa pelas falhas. Mas não é por acaso que muitos alunos têm que se matar de trabalhar ao mesmo tempo em que fazem seus cursos noturnos. Isso quer dizer que a sociedade e a universidade não dão a estrutura que ele precisa para realizar um curso de qualidade. Consequentemente a qualidade do próprio aprendizado é comprometida na medida em que o indivíduo tem que suprir as carências que a estrutura da universidade pública não proporciona. É nesse sentido, por exemplo, que temos que pagar um curso de inglês mesmo sabendo que dentro da UEM tem uma escola de línguas que poderia possibilitar livre acesso a acadêmicos, professores e funcionários, sendo assim, mantida pela universidade. Mas como faltam verbas para a universidade se manter, por que cada vez mais o governo diminui o dinheiro que manda para a universidade, a administração encontra a saída de cobrar pelos cursos para arrecadar uma verba a mais para a manutenção da universidade, ou seja, cobram taxas (além do ILG, nos cursos de especialização, nas taxas da DAA como a de formatura, etc.).
            A privatização é uma precariedade permanente que cada vez cresce mais dentro da universidade, e ela deriva diretamente da falta de recursos públicos! Cada vez mais surgem pós-graduações pagas, serviços cobrados, taxas e etc. Diante desse quadro, a volta da mensalidade é apenas uma consequência inevitável dos tempos que estão por vir.

A LUTA DOS SERVIDORES E OS ESTUDANTES E DOCENTES

            Frente a essa conjuntura nada favorável é que os servidores hoje se lançaram em uma greve. Apesar de a direção do sindicato claramente fazer isso por negociações salariais, já que nunca demonstrou um grande interesse em compor uma luta efetiva contra a precarização da universidade, não podemos afirmar que a grande massa dos servidores não visa todos esses problemas quando adere essa greve de maneira tão comprometida. É óbvio que o estopim para isso foi a questão salarial, mas todo um processo de mobilização e greve não se constrói em um dia, e não se constrói em torno de uma só bandeira. Uma série de fatores que são frutos cada vez maiores das precariedades permanentes de nossa universidade agem todo dia na condição de servidores, professores e estudantes, empurrando-os para o descontentamento e para a luta. Essa se desencadeia em torno de uma questão, como na ocupação da reitoria ano passado foi a questão do R.U., mas uma vez despontada a mobilização, várias das questões candentes são levantadas e estruturam uma pauta muito maior, a pauta da universidade pública como um todo.
            Não tem como afirmar que os estudantes em si nada têm a ver com essa luta. Ela nos afeta diretamente todos os dias! Temos dentro dessa luta geral uma série de particularidades que dizem respeito a nós. Abster-nos desse processo é se abster de, de alguma forma, trabalhar para reverter o quadro da precarização, e isso em si já é um posicionamento político contra a universidade pública, não importa como ele seja justificado.
            Uma série de coisas hoje em dia faz com que a condição do estudante no dia-a-dia da universidade seja precária. É no sentido de identificar essas precariedades e denunciá-las que deve se dar a nossa ação. Existe hoje a necessidade grande de que não deixemos se prolongar mais a licitação da 2ª fase da Casa do Estudante (CEU). Bem como de não aceitarmos mais que alguns cursos tenham aulas em 3 ou 4 lugares diferentes por causa da falta de estrutura.       De exigirmos mais armários na BCE, laboratórios e salas de aula decentes, tanto no campus sede quanto das extensões. Precisamos que a universidade e o governo, se proponham a pensar e instituir, uma política de assistência estudantil que realmente apóie o estudante em suas carências básicas, para que possamos criar uma condição na qual o estudante realmente pode vir aqui só para estudar.
            Nesse sentido a greve estudantil significa menos uma paralisação que exige direitos, respaldada por leis trabalhistas etc. O que reivindicamos enquanto estudantes quando falamos em Greve Estudantil não é o direito “formal” à greve. Reivindicamos o direito real de poder nos unir e reivindicar as nossas necessidades dentro da universidade. Para que isso seja efetivo, devemos todos nos unir e denunciar cada vez mais as precariedades que enxergamos no cotidiano de cada curso.
            O apoio a greve dos funcionários, portanto, é importante não só para fortalecer a luta que eles se propuseram a travar com o governo do Estado, mas para expandir essa luta aos problemas estruturais dos estudantes e da universidade como um todo. Na medida em que nos abstemos, a tendência é que ignoremos aquelas questões que dizem respeito a nós estudantes, e que enfraqueçamos a greve dos servidores na medida em que ela não consegue atingir o seu objetivo de protesto: parar a universidade. É nesse ponto que hoje a universidade se divide entre os que apoiam a greve e param totalmente suas atividades, e aqueles que não reconhecem a greve e continuam a trabalhar ou fazer suas coisas normalmente. Não parar, hoje, significa enfraquecer a greve e enfraquecer a luta.
            A determinação de alguns professores e alunos em continuar mantendo as atividades é compreensível do ponto de vista individual. Mas isso leva a que, mais e mais esses professores e alunos tenham que se submeter a condições inóspitas para o ensino, tentando driblar essa enorme falta que os servidores fazem na nossa universidade.  É nesse sentido que alunos estão tendo aulas na beira da piscina, que cursos inteiros estão colocando as meninas para fazer limpeza dos blocos, que professores insistentemente estão dando faltas aos alunos que não comparecem às aulas, mesmo sem sala de aula e estrutura adequada para isso e etc. Os alunos não devem se submeter a essas condições. Em vários cursos, professores e estudantes declararam adesão à greve em razão dessa situação precária, de incerteza e de mal-estar. Não faz sentido não aproveitarmos essa condição de greve para aprofundar essa luta.
            Precisamos nos reunir nos nossos espaços de discussão: CAs, Assembleias, Reuniões e etc., e aprofundar o trabalho em torno da construção de uma grande pauta a ser exigida do governo do Estado, que é o principal agente desse processo de precarização na nossa universidade. E temos que, definitivamente, acabar com os conflitos entre as categorias e sindicatos em torno dessa condição de greve. Estamos todos no mesmo barco, um barco cheio de buracos e que, se não fizermos nada, vai aos poucos terminar de afundar. Esse barco é a universidade pública