sábado, 6 de novembro de 2010

Lutas estudantis em SP neste final de ano

Galera, envio mais a título de informação...

Esses epsódios mostram que existe uma modificação conjuntural no movimento estudantil do país. O que fazemos por aqui, não está distante de nossos companheiros de são paulo...

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...uma série de mobilizações estudantis voltam a surgir com força em todo o estado de São Paulo. São mobilizações nos diversos campi da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), nas universidades estaduais e também em universidades privadas, que mostram a disposição do movimento estudantil paulista em enfrentar a política educacional do governo federal e também do governo do PSDB no Estado.

Greve na UNIFESP – Uma outra expansão é possível! Abaixo o REUNI!
O movimento estudantil da UNIFESP está mobilizado. No dia 28 de outubro realizou-se em São Paulo uma Assembléia Geral Estudantil que votou indicativo de greve geral para a próxima semana e um ato unificado para o dia 9 de novembro.
A greve, que se iniciou no campus da Baixada Santista, se espalhou para outros campi, como Guarulhos, onde os estudantes já se decidiram pela greve, e Diadema, onde o movimento está se iniciando. A partir da última assembléia, a expectativa é que o movimento também contagie outros campi, como São Paulo e São José dos Campos.
A principal pauta da mobilização são os diversos problemas de infra-estrutura, resultado da política de expansão dos campi sem qualidade, verbas ou planejamento. Assim, todos os campi têm vários problemas em comum: os alunos estão estudando em prédios provisórios e muitos campi não têm nenhuma política de assistência estudantil.

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A luta nas estaduais paulistas
E também há mobilizações acontecendo nas estaduais paulistas. Na Unicamp, os estudantes foram surpreendidos no último dia 21 de outubro pela presença de três viaturas da Polícia Militar no campus que foram cumprir uma ordem judicial para impedir a realização do IFCHSTOCK, festival tradicional organizado pelos estudantes e que já está em sua quinta edição.

A ordem judicial foi proferida por pressão da AMOC (Associação de Moradores do bairro de Barão Geraldo, onde fica a UNICAMP). Mas sabemos que a reitoria da UNICAMP também não quer a realização do festival.
Poucos dias depois da invasão da PM, o diretor do Instituto de Economia da universidade foi chamado pela reitoria a nomear os estudantes do CA de Economia que haviam organizado, em 2008, um encontro de baterias estudantis. Com isso, a reitoria demonstra os métodos anti-democráticos com os quais trata as manifestações estudantis, sejam elas políticas e/ou culturais. Agora ameaça com sindicância os estudantes que estão organizando o IFCHSTOCK, mas já se utilizou antes desses mesmos métodos para ameaçar estudantes que participaram de mobilizações e ocupações de reitoria.
Os estudantes de economia exigiram o comprometimento do diretor do Instituto para que não entregasse os nomes à reitoria e, diante da negativa, se organizaram e estão em greve. Estudantes do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) também decidiram paralisar as atividades para lutar contra a repressão e por democracia na universidade.
Na UNESP, os problemas com relação à assistência estudantil se arrastam há muito tempo. Mobilizados, os estudantes de diversos campi, espalhados por todo o interior do Estado, realizaram no último dia 15 de outubro um ato unificado em frente à reitoria da UNESP, em São Paulo.

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Importantes mobilizações em universidades particulares
E não é só em universidades públicas que os estudantes estão mobilizados. Em algumas universidades particulares, o movimento estudantil também está em luta.
É o caso dos estudantes de jornalismo da PUC-SP que estão em greve, juntamente aos professores do departamento de jornalismo da universidade. A mobilização é contra a resistência do CONSAD (Conselho de Administração) em implementar a Agência de Jornalismo, laboratório destinado aos alunos do curso. O projeto se arrasta desde 2006.
Além disso, os estudantes incorporaram à sua pauta de reivindicações a luta pela redução das mensalidades, abertura imediata de edital de bolsas, pautas essas que são tema de mobilização em vários cursos da universidade. Recentemente, alunos de diversos cursos organizaram um abaixo-assinado, e coletaram mais de 2 mil assinaturas.
No Vale do Paraíba, outras duas instituições privadas passam por mobilizações estudantis. Na UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba) e na UNITAU (Universidade de Taubaté), os estudantes lutam contra o aumento abusivo de mensalidades.
Na UNIVAP, inclusive, a reitoria teve que recuar de sua proposta de aumento após dois dias de mobilização estudantil. O aumento de 17% nas mensalidades de 2011 foi contestado pelos estudantes que se organizaram e impuseram um recuo para a reitoria, que agora criou uma comissão para rever os índices do reajuste.

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O papel da ANEL-SP nessas mobilizações
Como era de se esperar, a União Nacional dos Estudantes não vem cumprindo papel algum em nenhuma dessas importantes mobilizações. A ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre), por outro lado, tem buscado impulsioná-las.
Mais do que a importância específica de cada uma dessas lutas, é preciso enxergar o potencial que elas têm de contagiar o conjunto do movimento estudantil paulista para as lutas que ainda virão.
Nunca é demais lembrar que o próximo ano pode ser muito importante. Seja porque teremos um primeiro ano de governo Geraldo Alckmin (PSDB), aqui em São Paulo, seja porque teremos mais quatro anos de governo do PT, com a recente eleição de Dilma Roussef, a nível federal. Não temos dúvida que essa dupla vai seguir atacando a Educação, como foi feito nos últimos anos por seus antecessores. E é preciso, desde já, organizar a resistência.
Mas, por outro lado, ano que vem também é ano de 1º Congresso da ANEL. Esse pode ser um Congresso muito importante para a entidade e para o movimento estudantil brasileiro organizar as lutas que virão no ano que vem. A construção do Congresso deve se basear nessas lutas.
No próximo dia 6 de novembro, a ANEL-SP realizará sua 3ª Assembléia Estadual, em São Paulo. Essa Assembléia deve servir como um ponto de apoio para as mobilizações que estão acontecendo em todo o Estado. É preciso fazer o convite para que o ativismo dessas lutas participe da Assembléia, para que possamos fazer da ANEL, cada dia mais, uma alternativa de organização para as principais mobilizações estudantis do Estado de São Paulo e de todo o Brasil.

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Tomei liberdade de postar, pois acho q o tema é pertinente..
esta nota é recorte da nota original é do portal do PSTU e encontra-se em http://www.pstu.org.br/juventude_materia.asp?id=12106&ida=0

Bruno Coga

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