Os campus de extensão da UEM foram criados com o objetivo de atender a demanda de qualificação profissional de acordo com as atividades econômicas das diferentes regiões, como alternativa à criação de uma universidade estadual própria nestas localidades. Contudo, a UEM não recebe verbas suficientes para consolidar a qualidade do ensino em todos os campus – para não falar em pesquisa e extensão. Mesmo dentro das condições financeiras atuais da UEM, nota-se o abandono destes campus, e que são incluídos no discurso de que a UEM é a melhor universidade do Paraná (segundo o critério mercadológico dos órgãos financiadores de pesquisa, isto é, de acordo com a produtividade em termos quantitativos), mas na verdade estão em um estado de carência crítico. Os estudantes das extensões que vem a Maringá surpreendem-se com a quantidade de blocos sendo construídos no campus sede, enquanto lá não há sequer salas de aula suficientes e a estrutura praticamente “cai aos pedaços”. Seguem algumas informações que colhemos em conversas com estudantes e funcionários nos campus de Umuarama, Goioerê e Cianorte.
UMUARAMA
Em Umuarama há dois campos da UEM: um na fazenda e um na cidade (CTC). Tanto em um como em outro, há um acúmulo de órgãos estatais que dividem o espaço com a UEM. Apenas parte da estrutura e da posse da terra é da Universidade. Em ambos os campus serão abertos cursos (três no CTC e dois na fazenda), sem estrutura nenhuma construída até o momento.
Campus da fazenda: O campus da fazenda de Umuarama na verdade é um Colégio Agrícola que não foi concluído. Embora esteja prevista a abertura de dois cursos no campus, nele não há sequer uma estrutura que dê conta das necessidades atuais. Os estudantes de Medicina Veterinária reclamam que falta sala de aula quando as turmas se concentram no campus (e não saem para aula de campo ou laboratorial). Os laboratórios são extremamente precários, locados em galpões sem forro, os estudantes tem que pagar os materiais (como anestésicos) do próprio bolso. (A foto abaixo é apenas uma das inúmeras compras que eles já tiveram que fazer). *clique na foto para aumentar
O campus fica longe da cidade, no entanto o transporte oferece muito poucos horários e não há desconto para estudante. O Xerox privatizado é vendido a R$0,10 e a cantina serve almoço a R$5,00. A pesquisa e a extensão são muito sucateadas (duas bolsas de iniciação para todo o campus), assim como a cultura. Há no campus um anfiteatro com uma grande estrutura, camarins, etc., que está abandonado há muito tempo simplesmente pela falta de cadeiras. O lugar começa a apresentar rachaduras e mofo pela falta de manutenção (vide fotos).
Os alunos reclamam que não há nenhuma quadra para prática esportiva (tem o Rapadão, que é um pedaço de terra que foi roçado pelos estudantes e transformado em campo de futebol). Em seus 10 anos de existência, o Hospital Veterinário não tinha coordenação até muito pouco tempo atrás. Os estudantes interessam-se pela construção de um Diretório Acadêmico no campus, e até sugeriram um espaço que está vago onde ele poderia funcionar:
Campus do CTC: os funcionários com os quais conversamos no campus do CTC-Umuarama estavam perplexos com a notícia da abertura de três novos cursos no campus que já carece de estrutura e recentemente cedeu uma parte do espaço físico para o SESI, a UAB e outros órgãos estatais. A cantina do campus é um carrinho de lanche com uma tenda, apelidado pelos estudantes e funcionários de McDonalds da Universidade (vide fotos).
Há só um representante para o CTC e a fazenda, que fica no CTC e os estudantes da fazenda reclamam que recebem menos atenção e auxílio. São disponibilizados R$5.000,00 a cada 3 meses para manter os campus (dados fornecidos pelos próprios alunos).
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