- Os estudantes são avaliados ao longo de seu curso através de provas, dissertações, exercícios, etc. Essa é a verdadeira "avaliação de desempenho" dos estudantes. Por isso, o poder público deveria se preocupar em saber se essa avaliação, aplicada cotidianamente pelas universidades, é adequada ou não. Se o fizesse, constataria que na maioria dos casos não é. Mas com o ENADE todas as avaliações são reduzidas a 40 questões. Em resumo: Com o ENADE o poder público não só não faz o que deveria fazer, como finge fazer o que ele na verdade não faz.
- Em 2005 o MEC concedeu 50 bolsas de estudos para as melhores notas EM TODO O PAÍS. E em 2006 esse número foi ainda menor, a saber, 20 bolsas distribuídas pelo Brasil.
- No caso das universidades públicas, o ENADE serve de pretexto para valorizar e desvalorizar os cursos de acordo com sua nota no conceito. Essa política desconsidera de que os cursos com pior desempenho são justamente os que mais necessitam de investimentos.
- Como se já não bastasse tudo isso, há muitas faculdades organizando cursinhos "pré-ENADE" com casos de estudantes serem obrigados a comparecer nas aulas. Ora, se o curso oferecesse ensino de boa qualidade, não seria necessário promover aulas extras.
- Os professores que fazem as questões são voluntários, e por isso não há a garantia de ser bons professores. Além disso, não são os próprios que corrigem as provas e as chances de vazar conteúdo da prova são enormes, pois estes professores podem buscar favorecer sua universidade.
- Por ser uma prova de padrão nacional, o ENADE desconsidera totalmente o fato de o Brasil ser um país de dimensão continental, com uma diversidade social, econômica e cultural enorme, e que a organização pedagógica e currícular dos cursos superiores no Brasil considera essa diversidade. Para o ENADE, essa riqueza simplesmente não existe. A prova é a mesma de Norte a Sul do páis.
- Cada curso avaliado recebe um conceito entre "A" e "E". Forma-se então um ranking das universidades. A questão é: pra que? A justificativa que se dá é que dessa forma "o mercado se auto-regula" e que "a auto-regulação garante a qualidade dos serviços". No entando, essa lógica é mentirosa pois O ENADE serve na verdade para garantir os lucros dos donos das faculdades particulares, cujas condições de trabalho e estudo são em geral extremamente precárias, mas que, com o ENADE, ostentam o conceito "A" em suas peças publicitárias. Há um falsa melhora dos serviços gerada por um conceito sem pesquisa.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Os 7 motivos para boicotar o ENADE!
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