Abaixo segue o texto escrito pelo Prof. Osvaldo, Diretor Adjunto do Centro de Ciências Exatas (CCE)
O texto demonstra bem o que está se passando pela UEM (e reforçamos, não só a nossa Universidade).
Temos que ter consciências de que esta é uma causa conjunta, onde os docentes, os técnicos e os estudantes devem permanecer unidos, a luta é uma só! Seja pela equiparação salarial, pela precarização das nossas salas de aulas, laboratórios, falta de infraestrutura, ameaças de cortes de bolsas, de conquistas estudantis a todo tempo!
Mobilização é a única forma de nos defender desses ataques.
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POR UMA POLÍTICA DE ESTADO PARA AS UNIVERSIDADES ESTADUAIS PARANAENSES
"Constatamos com orgulho e satisfação a posição de destaque que a UEM vem ocupando em relação a outras Universidades do Paraná, do Brasil e do mundo. Esta posição, alcançada ao longo de 42 anos de sua historia, é fruto de muito trabalho, dedicação e competência das três categorias: docentes, discentes e agentes universitários, que souberam, juntos, construir os alicerces deste patrimônio acadêmico, científico e cultural que hoje pertence a toda sociedade e se vê ameaçado por políticas de governos que não entendem, ou se recusam a entender, as especificidades e necessidades de universidades públicas, gratuitas e de qualidade.
Podemos afirmar, sem medo de errar, que a UEM não seria o que é hoje, sem um passado de lutas. A primeira delas ocorreu quando de sua própria criação, já que o projeto inicial do governo da época era criar uma universidade estadual na cidade de Apucarana, ao invés de Maringá. A gratuidade do ensino, o direito de escolha de seus dirigentes em eleições diretas, a implantação das carreiras dos docentes e agentes universitários e a conquista do regime de dedicação exclusiva (TIDE) são marcos históricos que foram conquistados graças à união e reivindicação conjunta das três categorias da universidade.
Dentre todas as bandeiras de luta da Comunidade Universitária, uma delas parece que se perdeu no tempo e cada vez fica mais distante: a autonomia universitária. Essa, citada inclusive na Constituição Federal, já foi objeto de muitos movimentos na UEM. No ano de 1999, por um curto período de tempo, chegamos a ter uma pseudo autonomia, definitivamente sepultada pelo governo que sucedeu ao que havia assinado o referido termo. Naquela ocasião, a proposição da autonomia, novamente partiu da Comunidade Universitária e foi desencadeada como uma resposta ao teor dos decretos 4.959/98 e 4.960/98, assinados pelo então Governador Jaime Lerner, que, na prática, promovia uma verdadeira intervenção nas universidades estaduais paranaenses.
A inexistência de uma política de estado para as Universidades Estaduais do Paraná pode comprometer todo o patrimônio acadêmico, científico e cultural construído com tanto esforço pela comunidade acadêmica. Cada governo que toma posse para governar o estado do Paraná estabelece a sua política, desconsiderando toda a história anterior e impondo a sua vontade e jeito de fazer. Acordos decorrentes de negociações entre altos escalões do governo e das universidades são rompidos a todo instante como se nada representássemos e aquilo que produzíssemos não tivesse valor.
Provas dessa afirmação existem em abundância. As verbas para manutenção da UEM, repassadas pelo governo, não atendem às nossas necessidades básicas. Contratações de professores e agentes universitários, imprescindíveis para atender as mais diversas atividades da UEM, são ignoradas pelo governo e hoje, até mesmo o pagamento de bolsistas, diárias e horas extras estão comprometidos. Os reitores das Universidades Estaduais, que no passado ocupavam o status de secretários de estado, raramente são recebidos pelo governador e precisam de muita articulação política para ser recebidos, até mesmo por dirigentes do segundo escalão do governo.
O Decreto 3728/2012 de 23/01/2012, editado pelo atual governo do estado, retira de vez todo e qualquer tipo de autonomia que pudéssemos almejar. Com ele em vigor, as Administrações das Universidades Estaduais Paranaenses passarão simplesmente a exercer um papel de cumpridores de ordens decorrentes de decisões tomadas pelo governo do estado e conquistas memoráveis de nossas lutas correm o sério risco de se perderem num curto período tempo.
Por estas e outras razões, está na hora de a UEM acordar. A Comunidade Universitária precisa se unir e exigir do governo uma política de estado para as Universidades Estaduais Paranaenses. A sobrevivência da UEM e a manutenção de seu atual nível de excelência não podem ficar a mercê de políticas de governos que entram e saem, sejam eles de esquerda, direita, liberais e outras tendências. A UEM, 1ª melhor universidade estadual do Paraná, a 12ª do Brasil, a 19ª da América Latina e a 499ª do mundo tem seus direitos e merece o devido respeito.
Maringá, 28 de fevereiro de 2012.
Prof. Osvaldo Germano do Rocio
Diretor Adjunto do CCE."
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