quarta-feira, 11 de abril de 2012

Repressão aos estudantes e violência policial dentro da UEM


Há tempos os alunos da UEM vêm sendo o foco de um conjunto de ações repressivas desencadeadas pela Polícia Militar, pela Prefeitura Municipal e pela Reitoria da universidade. A mesma PM que se mantém distante perante os inúmeros assaltos que ocorrem no Jardim Universitário, se mostra presente com um contingente desproporcional e com violência excessiva para reprimir as atividades festivas e culturais dos estudantes, o que é evidenciado durante a lei seca nos vestibulares da UEM. Dentro da própria universidade, a Reitoria vem intensificando suas medidas repressivas contra os estudantes, cortando a liberdade e autonomia estudantil sempre que consegue. O mês de abril, que mal chega à metade, tem sido particularmente negativo para os estudantes. A administração da UEM começa a proibir a circulação de pessoas, inclusive de estudantes e servidores, no campus após as 23h30, fechando-a para as atividades culturais que são realizadas na universidade de madrugada e a colocando em contramão com uma concepção de uma universidade verdadeiramente pública e aberta à sociedade. O projeto de universidade fechada proposto pelo Reitor é completamente antagônico à concepção defendida pelo DCE, que visa cada vez mais democratizar e universalizar o acesso à universidade para toda a sociedade. Enquanto que a universidade fecha seus muros para os próprios alunos, avança o projeto autoritário da Reitoria de minar a UEM de atividades culturais organizadas pelos estudantes. O Ato Executivo número 8 (AE-8) do Reitor Júlio Prates será votado na próxima segunda-feira no Conselho Universitário, órgão máximo da UEM em que o voto dos estudantes se limita a apenas 15%. O AE-8 proíbe a realização de todas as atividades culturais dentro do campus sem autorização prévia da Prefeitura do Campus, ou seja, só poderá ser realizada alguma atividade cultural dentro do campus se a Reitoria permitir. Como se não bastasse a própria universidade não possuir política cultural alguma, sendo que os cursos oferecidos pela Diretoria de Cultura são todos pagos, esta nova ofensiva do Reitor procura eliminar as atividades culturais gratuitas organizadas pelos estudantes. Infelizmente os problemas não param por aí. A Reitoria, que tem se mantido omissa perante os inúmeros excessos de violência cometidos pela PM contra os estudantes, vem aos poucos abrindo as portas para a entrada da PM no campus. No dia 7 de março, em uma intervenção artística organizada em apoio a paralisação puxada pelos docentes, a PM foi chamada para reprimir a atividade. Curiosamente, a própria PM informou para os vigias presentes e para o Prefeito do Campus, Igor Botelho, que a atividade não constitua “pichação” e que, portanto a PM não iria fazer nada a respeito.

Na terça-feira passada (10-04) ocorreu um incidente preocupante e lamentável dentro do campus. Um bolsista do curso de Ciências Sociais entregava ofícios pela tarde quando testemunhou a PM revistando duas pessoas dentro da universidade. Ao passar pelos dois policiais, o estudante foi questionado por estes porque ele estava observando a ação. Ao responder que ele queria saber o quê que estava acontecendo, os dois policias revistaram o aluno, o insultaram e o agrediram com tapas na cara! Sentimo-nos indignados que um aluno da universidade seja agredido por policiais dentro do campus sem ter cometido crime algum. Logo após a violência sofrida pelo estudante, membros do DCE foram para a Reitoria para conversar com a administração. Ao chegar lá, foram ridicularizados pela administração e por alguns vigias presentes, que chegaram até a rir da violência sofrida pelo aluno! A Reitoria vem mostrando claramente um posicionamento autoritário de repressão aos estudantes. Em vez de proteger este aluno, a administração da universidade compactua com a violência gratuita que ele sofreu ao se manter em silencio. O DCE condena firmemente a ação tomada pela PM e pela Reitoria. Reafirmamos nosso compromisso, como entidade representativa do conjunto dos estudantes da UEM, de defender os alunos desta universidade. Não aceitamos a violência à qual somos submetidos e continuaremos lutando contra ela. Nossa dignidade humana há de ser preservada. Por trás de um aluno que foi agredido há milhares de alunos indignados com esta situação. Exigimos que a Reitoria se posicione em relação à este incidente e repudie a ação violenta da PM contra um estudante que nenhum crime cometeu.


Abaixo a repressão!

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